quinta-feira, 15 de maio de 2008

Silencio, o som do silencio...

Estou cansado, à horas que ando e ando sem parar. No entanto o que mais me atormenta não são os passos que dou, é todo este barulho metropolitano. Os mais atentos consegurm ouvir um barulho. Um barulho que é quase ultra-sónico, não se ouve... os gritos daquilo que não se diz... o marido que não diz à mulher que a ama, a mulher que não diz que sente a falta do marido e o quanto ele é importante na sua vida... o amigo que não agradece a amizade dos que o rodeiam... os filhos que não demonstram o afecto pelos progenitores e o quanto estão gratos pela vida que lhes proporcionam... o patrão que não diz uma palavra de apreço pela dedicação dos seus colaboradores... o "pecador" que não pede desculpa ao lesado da sua vil ganancia e individualísmo... o Homem que não faz o "MEA CULPA" de toda a sua História...tudo isto é o SOM DO SILENCIO... uma faca que dilacera o corpo e alma... tudo isto é nada, tudo isto é vazio, tudo isto é o fado da vida...


1 comentário:

Hum... vodka limão, p.f. disse...

Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar.
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.

Álvaro de Campos